O meu roteiro de Barcelona seguiu quase sempre os guias de viagem. Não quis fugir das atracções da cidade, mas foi bom sentir que conforme os dias passavam encontrava cada vez menos turistas ávidos e apressados.

É longa a lista do que escolhi ver em Barcelona, mas deixo-vos a minhas impressões:

Sagrada Família
Imperdível. Apesar das obras que nunca deverão acabar, do barulho das máquinas, da confusão de pessoas, não há outra igreja como esta no mundo. Corta a respiração entrar e olhar para cima. Neste momento está patente numa das alas uma exposição sobre a relação entre Gaudí e a Natureza que ajuda a compreender melhor de onde vem a inspiração para muitas das suas opções arquitectónicas. Infelizmente, o catálogo ainda não estava disponível. Algumas notas: vale a pena subir às torres e descer pelas escadas; o bilhete combinado com a Casa Museu Gaudí, no Park Guell, é uma boa opção.

Casa Batlló
Esta casa é uma explosão de vida, que começa no átrio e só acaba nas chaminés coloridas do terraço. Fica-se com a sensação de que cada detalhe foi pensado por Gaudí quase até ao infinito, desde o tamanho das janelas no pátio central para controlar a entrada de luz até ao formato ergonómico dos puxadores da porta. Parece que se está dentro de um sonho. A entrada é cara, mas vale a pena.

La Pedrera
Mais um sonho pela mão de Gaudí. A fachada com as varandas de ferro forjado e o terraço são lindíssimos. E apesar de ser mais discreto, o edifício é imponente e ousado. Temos o privilégio de poder visitar um apartamento dos anos 20, mobilidado e decorado à epoca, com todos os detalhes. Dei por mim a pensar que há pessoas que fazem a sua vida de todos os dias ali, nos apartamentos ao lado, e só me ocorria uma sensação de medo de que alguém se tivesse lembrado que os acabamentos tinham passado de moda e renovasse a casa.

Fundação Tapiés
Já conhecia o trabalho deste pintor há algum tempo, mas acho que nunca lhe tinha dado tempo para me conquistar. Aconteceu agora. Gostei dos quadros e da casa que os guarda. Da biblioteca com livros até ao tecto e do objectivo de criar condições para que outros aprendam também.

Park Guell
A melhor opção é apanhar o autocarro 24 no Passeig de Gràcia (em frente à Casa Batlló), sair no topo norte do parque e daí descer até à entrada principal. Caso contrário, visita-se o parque sempre a subir e é muito mais cansativo. Gostei da Casa Museu Gaudí, onde o arquitecto viveu alguns anos. Foi uma das únicas duas que realmente se construíram do grande projecto para uma aldeia independente para burgueses endinheirados, encomendada por Eusebi Guell a Gaudí. Construiu-se também o mercado, o terreiro ladeado pelo famoso banco serpenteado coberto de pedacinhos de azulejo e os edíficios de apoio à entrada do parque. Sentimo-nos num mundo de fantasia. A entrada é gratuita, pelo que está sempre cheio de turistas.

Palau de la Música Catalana
Aqui também nos sentimos a entrar no mundo dos sonhos. Para onde quer que se olhe a luz cria reflexos de mil cores ao passar pelo vidro do grande lustre suspenso que parece um sol. A sala de espectáculos desdobra-se em detalhes que nunca mais acabam desde as estátuas que saem das paredes junto ao palco ao trabalhado do tecto da madeira, passando pela madeira especial das cadeiras para melhorar a acústica da sala. O edifício faz-nos pensar em Gaudí, mas é do arquitecto Luís Domènech i Montaner e é imperdível.

Mercados de rua
Há vários pela cidade, com produtos frescos, fruta, frutos secos. Os mais apelativos e com as bancas mais arrumadas e coloridas são a Boquería, nas Ramblas, que é ponto de passagem quase obrigatório para quem visita Barcelona, e o Mercado de Santa Catarina, no Bairro Gótico.

Continua, com mais textos e fotos :)